Es VA ído.

Esvaído.

Ei! Eis aí vai alguém que ama...

No caminho, as migalhas,

Marcadas, deixadas ao trilhar,

São sentimentos que se rompem

No tempo gotejante

Pontuado em dormentes ponteiros

Incessantes...

Inundados do passado

Escorrido do presente, vai,

Esvaído o amor, doente,

Só porque é alguém que sente

Em tudo que se esvaiu e se esvai

Pode-se contar aís por aís

Amargurado, eis que se vai...

Volta teus olhos a frente

Esquece de vez as dores

Atenta mais as flores

Que mesmo não sendo

Os lírios do campo,

Belezas ímpares na natureza

Não se lamentam aos prantos

Não apagam das pétalas as cores

Aos olhos alheios se doam em beleza!

E até, ainda que, na abundância desabrocha,

Ao sol, na sombra, na terra fértil, nas águas,

Têm uma vida frugal

Na manhã flori... Desabrocha...

Ao fim da tarde, murcha!

Sucumbida a doce brisa que debocha

Tempo que urde, urdidas horas...

Foi o ontem, vai o hoje,

A noite não tarda.

Vai o amor, segue, vai!

O extravasado deixou um bilhete molhado:

___ vou indo. Não volto jamais...

Tenho no peito, aqui dentro, partido,

Um coração de vidro, quebrado.

Cacos, não se colam mais...

Eis que vai. Indo. Varrido,

Devagarzinho, indo, indo...

Esvaído, foi, esvaindo... Foi.

Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 14/05/2014
Código do texto: T4806726
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