OUTRO DESTINO

Essas tardes vazias

De horas paradas

Sem movimento no cais

Nem mesmo a nuvem solta

Decide molhar minha alma

Vejo um barco surgir no horizonte

Cortando as águas do mar

Ele desliza preguiçoso, pachorrento

De carga pesada, com o casco molhado —

Tenho a esperança de amor

As horas custam a passar

E o silêncio fere os meus ouvidos

Procuro o barco no mar

Em mim só tenho desespero:

vejo que ele foge para outro destino

© Fernando Tanajura