TUDO LIMPINHO
“Aos grifos da Lusitânia”
Por este epílogo esfusiante
Ficamos todos a conhecer
Que, apesar do nosso sofrer,
Toda esta Crise valeu a pena:
Caminharemos doravante
Embora sempre em quarentena…
Já se pode respirar fundo
Vão perdigões ficam os grifos
E os lusos, com os seus borrifos,
Têm mesmo que se arranjar:
Há grandes males pelo mundo
Mas a abastança há-de chegar.
Foi um triénio de vacas magras
Virá o tempo das vacas fartas
Evitaremos as lagartas
Mas os grifos espiarão:
Convém vestir de tangas largas
De outro modo rasgar-se-ão.
Ora, atendam ao nosso azar,
Tudo aqui foi muito certinho
O país luso ficou limpinho
Que até dá gosto e faz sorrir:
Grifos & ricaços a engordar
E o Zé-povinho a carpir.
E diz o maioral, de um corridinho:
Com saúde, optimismo e alguns vinténs
Vós, ó Lusos, estais de parabéns!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA