O baú dos sonhos perdidos.
Quando o inverno chegou
e os ventos começaram
a uivar nas frestas da casa antiga,
mais uma vez cansou da vida,
mais uma vez desencantou
de ilusões precariamente tecidas...
era tão tênue o sonhar...
fugaz era ser feliz.
mágoas já não cabiam
nos espaços siderais
da alma cansada...
viver doía a cada respiração...
maltrapilha e maltratada,
arrastou-se até o baú de sonhos guardados.
algum serviria de acalanto...
revirou seus tesouros sem vontade e
sem esperança,
lavando os sonhos com
as lágrimas redentoras...
quando a esperança dobrava a esquina,
ele apareceu
tímido e ousado.
vestiu o manto dos desesperados,
o escudo contra toda a dor,
e toda a desesperança...
era tecido com
a dor acumulada.