TEMPESTADE
 
Dias de tempestades,
em momentos cinzentos
fugiu-me a claridade,
na dor do sentimento.
 
Uma aflição só minha,
ferida que não estanca
e latente definha
o que antes, era esperança!
 
Dias sem alquimia,
saudade como unguento
num corpo que não alumia,
sem abrigo, perdido ao relento...
 
Chuvas outonais,
névoas envolventes
densidade que não se desfaz,
escura tela já manchada
que não branqueia mais.
 
Mágoas bem demarcadas,
na alma penitente
a súplica calada,
silente...
 
Tempo em sua escalada
segue displicente,
onde sonhos soltos
desenham o perfil do seu rosto,
singrando mares revoltos
e desaparecem lentamente...
 
Fevereiro de 2007
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 06/05/2007
Reeditado em 02/11/2009
Código do texto: T477217