Não me compare

Não tenho nem o vento como companhia

Quem foi, passou; Quem pensei que era, nunca existiu

Olho minhas mãos, estão vazias, ninguém as segura

Vejo-me uma águia solitária, num vôo que não escolhi

Minhas falas calam-se em minha garganta, o livro é meu

Por mais que queira livrar-me da dor, não consigo

Escondo-me atrás das ruas, da face da lua, de mim

Isolo-me....

Todos se encaixam, todos são perfeitos

Ao olhar-me não vejo-me mais como fui um dia

Sou restos do que fui, sou algo, coisa, sou nada

Não me compare ao que fui

Jamais voltarei a ser,

Hoje sou em pedaços, sou a própria angústia,

que sente muita dor

E que coloca uma máscara no rosto e saí sorrindo

as ruas

Fui violentada no meu melhor, machucada e ainda

assim "pensam que posso mudar de uma hora para a outra"

Mas não me compare mais ao que fui,

não vai adiantar....

Escrevi ouvindo: Sinéad O'Connor - Nothing Compares

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 17/04/2014
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