Não me compare
Não tenho nem o vento como companhia
Quem foi, passou; Quem pensei que era, nunca existiu
Olho minhas mãos, estão vazias, ninguém as segura
Vejo-me uma águia solitária, num vôo que não escolhi
Minhas falas calam-se em minha garganta, o livro é meu
Por mais que queira livrar-me da dor, não consigo
Escondo-me atrás das ruas, da face da lua, de mim
Isolo-me....
Todos se encaixam, todos são perfeitos
Ao olhar-me não vejo-me mais como fui um dia
Sou restos do que fui, sou algo, coisa, sou nada
Não me compare ao que fui
Jamais voltarei a ser,
Hoje sou em pedaços, sou a própria angústia,
que sente muita dor
E que coloca uma máscara no rosto e saí sorrindo
as ruas
Fui violentada no meu melhor, machucada e ainda
assim "pensam que posso mudar de uma hora para a outra"
Mas não me compare mais ao que fui,
não vai adiantar....
Escrevi ouvindo: Sinéad O'Connor - Nothing Compares