Laudo da inexistência

Laudo da inexistência

Sandra Ravanini

A inexistência consumada inala a última reserva;

os pensamentos explodem na mente sem mais respaldos

e o condigno reflexo desse escombro em prantos se observa

num papel inclemente atestando meus restos no laudo.

A cabeça dói tanto, e pálida sustento a mácula

disfarçando outra derrota; quase um esgar sonolento...

e só! o medo da imagem confeccionando o inquieto ungüento,

bálsamo da sangria de minha estatueta em minha espátula.

Assim, diserto, passado e presente... e futuros em bis,

dobro os braços, choro escondida na friagem da redoma,

engolindo a mornidão das águas e gotejando à ultriz...

e minha mão na outra mão vai em prece, me arrastando ao coma.

04/05/2007