Tropo
Uma alma hipocondríaca
Escondida entre as sombras
Rasteja em becos sem saídas
Uma infância sofrida
Nunca presa nas selvas.
Desapontado com as luas
Que brilham face a face às trevas.
Tropo aos caules, tropo, tropo, tropo aos caules do tropo.
Tranco-me em meu quarto e sua única janela
Constantemente sirvo água ao meu corpo
E me dispo para saciar a fome de Eva.
Escutando melodias angelicais
Limpo o meu mundo e me calo com um cigarro
Só que o silêncio não está totalmente calado
Mas estou imobilizado por aquelas pernas.
Pego um copo, encho-o de wisky e duas pedras de gelo
Pego o fósforo, acendo mais um cigarro
Sinto o gelo da face – a face- se derretendo
E dessa vez, sopro a fumaça pela janela.