OS ZÉFIROS DA CRISE
“Aos lusos desesperados”
Estes tempos da Crise qu´ há já não convencem
Pois tudo se discute até à saciedade
Sem nunca pôr à prova a justa qualidade
De subtis casos e mais casos qu´ entristecem.
Palavras e palavras são o condimento
Daqueles que se encontram já desenrascados
Mas, por instinto humano que suporta os fados,
A opinião geral não dá consentimento.
Há um campo de batalha bem diferenciado
Numa distância contundente vertical
Dizem haver quem goze a vida de abastado
E também haver mais quem viva muito mal…
Dizem - oh dizem! - que é difícil compreender:
Que há zéfiros que trazem fados benfazejos
Que a boa sorte a todos possa enriquecer,
Mas, porém, zéfiros ditosos são desejos
Que a boa crença acaba sempre por morrer
E frutos que se vejam apenas relampejos!
Ai, oh tempus, oh mores, neste alvorecer
Que é que haverá mais para nos acontecer?
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA