Execrada.
Reclusa, morta e execrada
Dentro de uma solidão descomunal
Lecionava para quem se dispusesse a ouvir
Um último ensaio a cerca de todo mal.
Sentia a sanidade e a vontade
Juntas e abraçadas, esvaírem
Pelas pontas de seus finos dedos
Que já não seguravam mais sua dor.
Teu corpo fraco, frágil e gélido
Tremia com a menor das possibilidades
De que toda tua vida; toda tua verdade
Fosse senão uma farpa de luz em meio a tua própria escuridão.
Num último e desesperado movimento,
Correu em direção atrás da luz após o abismo
Mas tudo que se ouviu naquele instante
Foi o silêncio que precedia teu renascimento.