Execrada.

Reclusa, morta e execrada

Dentro de uma solidão descomunal

Lecionava para quem se dispusesse a ouvir

Um último ensaio a cerca de todo mal.

Sentia a sanidade e a vontade

Juntas e abraçadas, esvaírem

Pelas pontas de seus finos dedos

Que já não seguravam mais sua dor.

Teu corpo fraco, frágil e gélido

Tremia com a menor das possibilidades

De que toda tua vida; toda tua verdade

Fosse senão uma farpa de luz em meio a tua própria escuridão.

Num último e desesperado movimento,

Correu em direção atrás da luz após o abismo

Mas tudo que se ouviu naquele instante

Foi o silêncio que precedia teu renascimento.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 10/03/2014
Código do texto: T4723473
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