PERDI A RIMA

Outra madrugada, e sua foto me invade a tela,me invade a mente, me invade o sono.

todos os dias, passam-se os anos, e novamente a mesma novela

Perco mais tempo, perdida em teus olhos. Perdi toda a vida, encontrada em teus olhos.

Perdi o que tinha, e perco todos os dias, o que nunca virei a ter.

Te perdi, e é perda constante. A derrota assombra mais que tua falta.

E a sua voz, ainda treme minha alma.

Poderia ficar toda a vida a te olhar, o tempo pára quando penso em você

É tão patético que o tempo não passa, desde o instante em que você se foi.

É tão intacto, que poderia descrever meu tormento eterno, por todos os dias

É tão intenso, que poderia estender por anos este meu ridículo poetar

É tão repugnante, que impregnou em minhas palavras, e não importa-me mais as rimas

Não importa-me outra conjugação se não tu,

Não importa-me os verbos que não ilustram esse (talvez) amor

Não importa-me as regras, a gramática, concordância ou importância,

nada mais importa.

Perdi você, e perde-se o luto se for belo o encenar.

Perdi você, e não permito-me mais vitórias, mais ensaios, mais derrotas.

Perdi você, e há um pranto eternizado a agoniar meu ser.

Perdi você que nunca foi minha, e nunca será de ninguém.

Perdi você, e foi contigo minha sensatez, meu orgulho, minha lucidez;

Perdi você, e perdi a mim. Perdi a vida, e hoje finjo muito bem.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 09/03/2014
Código do texto: T4722375
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