PERDI A RIMA
Outra madrugada, e sua foto me invade a tela,me invade a mente, me invade o sono.
todos os dias, passam-se os anos, e novamente a mesma novela
Perco mais tempo, perdida em teus olhos. Perdi toda a vida, encontrada em teus olhos.
Perdi o que tinha, e perco todos os dias, o que nunca virei a ter.
Te perdi, e é perda constante. A derrota assombra mais que tua falta.
E a sua voz, ainda treme minha alma.
Poderia ficar toda a vida a te olhar, o tempo pára quando penso em você
É tão patético que o tempo não passa, desde o instante em que você se foi.
É tão intacto, que poderia descrever meu tormento eterno, por todos os dias
É tão intenso, que poderia estender por anos este meu ridículo poetar
É tão repugnante, que impregnou em minhas palavras, e não importa-me mais as rimas
Não importa-me outra conjugação se não tu,
Não importa-me os verbos que não ilustram esse (talvez) amor
Não importa-me as regras, a gramática, concordância ou importância,
nada mais importa.
Perdi você, e perde-se o luto se for belo o encenar.
Perdi você, e não permito-me mais vitórias, mais ensaios, mais derrotas.
Perdi você, e há um pranto eternizado a agoniar meu ser.
Perdi você que nunca foi minha, e nunca será de ninguém.
Perdi você, e foi contigo minha sensatez, meu orgulho, minha lucidez;
Perdi você, e perdi a mim. Perdi a vida, e hoje finjo muito bem.