condolências ao des-marujo
ondas arrastaram balões inflados
o som rasgava a noite, sem luz
sua silhueta, ereta, à beiramar
seus pés molhados, afundados
ele inerte, fardado à areia
observava friamente
o rolar do seu próprio peito
que ia e vinha inflando junto
aos balões desgastados
brusco virar
fogos pôs a atirar,
riscos esfumaçados no ar
estouros do mar a ecoar
ai, suspiro, doído
triste revirar, agora
as peles murchas
à derivar, decantando
arrastadas de volta
ao fundo do oceano