casa vazia
o mato denso e alto dominava o jardim daquela casa
por dentro, rachaduras e teias de aranha nas quinas das paredes eram testemunhas da solidão
o único som que respondia aos seus curtos estímulos era o ranger do assoalho antigo do corredor junto
aos goles curtos da cachaça caseira, encostado à porta, imaginava bailes intermináveis com sua família
porta retratos sempre virados para esconder sua dor de seus momentos mais felizes
sussurros ecoavam na sala vazia
talvez apenas esperasse o som da morte o acalentar para uma vida melhor
tempo que cria, tempo que destrói...