casa vazia

o mato denso e alto dominava o jardim daquela casa

por dentro, rachaduras e teias de aranha nas quinas das paredes eram testemunhas da solidão

o único som que respondia aos seus curtos estímulos era o ranger do assoalho antigo do corredor junto

aos goles curtos da cachaça caseira, encostado à porta, imaginava bailes intermináveis com sua família

porta retratos sempre virados para esconder sua dor de seus momentos mais felizes

sussurros ecoavam na sala vazia

talvez apenas esperasse o som da morte o acalentar para uma vida melhor

tempo que cria, tempo que destrói...

Rapanui
Enviado por Rapanui em 05/03/2014
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