Coração Desiludido
Meu coração... Já não tenho certeza,
Se ainda sente amor... Ou, se apenas,
Se perdeu da alegria e da esperança.
Meus olhos não choram, mas por dentro,
Derramo-me em prantos, num oceano profundo,
De desencantos.
Sai da minha boca, um gosto amargo, e arde o
Peito de um jeito persistente.
Loucura e obstinação! olhar com lentes de aumento,
A vida do sofrimento e a impostura dos bastidores.
A vida não quer se ver por dentro, seus rastros sangrentos.
Vi em toda beleza o instinto, e por traz de toda vontade,
Um efeito colateral, o desejo de vida ser nada mais que um mal.
Por traz da jornada humana uma verdade mal explicada,
Um silêncio de mentiras, que jamais disse nada.
Então... Descri!
Sigo amargo, contido, calado e insuportavelmente desesperado.
Sigo... Sem verdades, julgando tudo, como destino de maldição,
Como vida sem sem solução.
Sigo... E melancolicamente procuro por sonhos que um dia
Sonhei, por inocências que um dia acreditei.
Sigo.... Mas, tão distante de algum lugar, e entregue
A um incompreensível destino de labirintos.
Creio mesmo que já esteja morto, porque só morto estaria
Tão vencido!
Morto! Vivo morto, pois que a alma partiu, deixando reflexos
Confusos, de uma luz se apagando.
CESAR SEMA PENSAMENTO