Boa sorte!
.:.
Teu semblante ainda me fere a retina.
Não pelo contato da luz,
mas em razão da persistente ausência.
Desistir me parece fuga renitente.
Não pela insistência do oprimido,
mas por todos os suspiros da evasão.
Inexiste espaço para comunhão.
Sobejam as decepções que sopesamos...
Haveria necessidade de continuarmos?
Meus músculos se catabolizam e se ferem.
Tecidos retorcidos do meu miasma humanoide,
ressignificam o sentido da morte prematura.
Insistir parece terapia da inocuidade masculina.
Inoculei, in vitro, sangrando-me de esterilidade.
E, por pouco, não me despi da pujante virilidade.
Esgotaram-se todas as negociações temporais.
Das angústias, busco tão somente as digitais...
E me perco nos anelos da contracapa do nosso segredo.
Iguatu-CE, 18 de fevereiro de 2014.
00h39min
.:.