DESAGRADO


Para que fingir dizer não ter amor.
Amor precipitação por uma perda precoce.
Na tentativa de não sentir ingratidão rancor.
Não havendo substituição que diz ser maior amor.

Veste-se de monge em um mosteiro inexistente.
Nada por acaso deixar pegar fogo para lá...
Instintos desumanos decepcionam outrem.
Declarando-se através da música, perde tempo.

A inocência ainda permanece intacta.
Juventude vai aparentando maturidade absoluta.
Rios sem água, nem lágrimas, pois secaram.
Abusando da vida em procuras quase serviçais.

Sentir saudade é presentear com a presença.
Foge sem discrição fugaz abalando o ser.
Natureza gelada não mostra emoção.
Esquecendo tanto carinho por grande amor.
 
Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 17/02/2014
Reeditado em 19/02/2014
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