AMARGO AMOR
Na imensidão do universo
Voando livre no ar,
Despencando no vazio
Sentindo fome e frio
Sempre a se propagar.
Pobre amor!.. Foi só dor...
Que em mim se assoalhou
Pois reincidindo sempre
Na mesma incompreensão,
Na doçura de mel que tem
O amargor sempre lhe vem
A ferir seu frágil coração.
Quão amargo me vem à boca
Quando o amor me sufoca,
No âmbito levou à depressão
Nutrido de intriga e fofoca
Ardendo em chamas a paixão.
Como este amor de prostíbulo
Para mim foi um penar,
Sofreu minha boca calada
Minha alma caminhando alada
No afã de querer amar.
Neste amontoado de arguiras
Meu coração se arrebata,
O veneno do amor o sufoca
O amargo derrete na boca
Aglutinando quase mata.
A cada aventura nova que surge
Mais aumentando o prazer,
No delírio desse momento
Prazer e dor num só evento
Com gosto do amargo amor.
José Coelho