Encurralando

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Estamos nos sufocando, a cegueira se afirma.

Precisamos suportar nossos desejos;

torná-los detalhes da existência, insignificantes.

Tentarei não falar de encontro.

Tentarei não perguntar sobre nós dois;

deixarei que as coisas fluam, naturalmente,

correndo o risco de descobrir,

isso me faz tremer,

que não precisamos tentar, que acabou.

Tentarei.

Desculpe quando falo de nós dois,

quando busco algo real, o contato.

Boa mesmo é minha voz, minha distância.

Sei que gosta, talvez me ame...

Desde que me mantenha longe.

Entendi! Tudo bem.

Tentarei perceber que você é apenas sombra.

Que gritou dentro de mim, por algumas noites,

quando senti frio.

Entenderei que sua ausência será eterna;

que restarão de nós,

além de noites mal dormidas,

apenas recordações de quando buscávamos,

carentes,

coabitar os vazios das nossas alucinações carnais.

Tento me afastar da ilusão que é você...

E quer fazer amor?

Nunca nos veremos!

Somos passageiros de carências compartilhadas.

Logo desceremos – qualquer estação serviria...

Conosco, ficarão as lembranças

de paisagens que observáramos juntos.

Iguatu-CE, 4 de fevereiro de 2014.

23h02min

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Meus sonhos são multicoloridos e se metamorfoseiam,

pois que a vida é constante renascer de buscas e recomeços.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 05/02/2014
Reeditado em 05/02/2014
Código do texto: T4678587
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