O que restou da paz
Desenha tua mão na minha
pois ainda restamos intocados
naquela alvorada quente
Os teus pés ainda descalços
deixam marcas no caminho
entre os meus e teus braços
Deixa o lençol e o colchão
pra não evaporar o cheiro
daquele anoitecer ébrio
Que disse ser o primeiro
de algo maior que havia
para o belo fim desse meio
Espalhadas pela mesa da sala
nossas cartas incompletas
sobre estrelas de brilho breve
Como tantas outras promessas
você deixou a porta aberta
e abriu, nas janelas, frestas
Agora que tuas mãos lhe cobrem o rosto
pra esconder lágrimas que correm demais
o som de Harrison diz “all things must pass”
e eu entendo o que dizia teu “jamais”…