A última morada
A última morada
Contemplo o céu azul
Da manhã ensolarada
Propicia aos passeios senis,
Enquanto despreza
Meu entendimento a visão anil.
Cegam-me lembranças
De um amor doentio
Corroendo minha lira;
Os versos serelepes,
Agora, dão lugar
As rimas fúnebres,
Meu canto tem
Um tom grave
De melancolia
Como noite chuvosa
No seio da floresta.
A metamorfose funesta
Faz-me desafortunado do amor;
Sucumbindo declamo versos
Ao meu ataúde a caminho
Da última morada,
Em passos lentos sigo
O sinistro rastro deixado
Pelo destino que de mim
Fez-se inimigo.
Que minha última morada
Seja um bálsamo eterno...
Autor: Mestrekamel