Sonhos de papel
Todos meus sonhos
eram de papel, foram
rasgados, jogados
no lixo, como restos inúteis.
A eles me dediquei,
devotei meu amor,
cultivando esperanças,
aguentando o desamor
de quem me humilhava
e não me entendia.
Por eles, aguentei zombarias,
incompreensões, fiz sacrifícios,
acreditando que logo se
tornariam reais e minha vida
começaria a viver.
Mas todo meu esforço
a nada levou.
Quem ria de mim,
hoje ri mais.
Tanto lutei para me libertar
e hoje mais aprisionada fiquei.
Vi meus sonhos morrerem
como coisas inúteis,
minha esperança murchar
como rosa fanada,
minha paixão se
consumir, reduzida
a cinzas.
Onde estavam os sonhos
que eu tanto sonhei?
Eram de papel,
eu os rasguei.
Passei a viver
sem nada esperar,
com a infelicidade
começo a me conformar.
Dizem que um dia
tudo acabará.
Eu sei que sim,
porque isso findará
quando a doce morte
aparecer para me chamar.