Acordei
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O extravasamento da fúria me envergonha.
Por raiva, sem pensar em nada,
amei quem não deveria, por capricho...
Doei-me por estar com ódio,
achando que deitar fosse a melhor vingança.
Despudoradamente, noutros braços adormeci.
Meu corpo está ressabiado e me rejeita;
profundas marcas me foram postas...
E minha pele sente nojo do cheiro que ficou.
E agora, o que fazer de mim?
Revelo que estive noutros braços... Liberto-me?
Prefiro fechar-me no meu sofrimento.
Ah, meu amor! Por que me privaste o contato?
Quis tanto o teu corpo que a outro me entreguei.
Ele foi oportuno, surgiu quando me deixaste...
Acordei atordoada, com o Sol a me convidar.
Sairei, banharei meu corpo com o sal da Terra...
Esperando, noutro dia, à lua da Lua, poder te amar.
Iguatu-CE, 25 de janeiro de 2014.
12h46min
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