A dois
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Agora,
onde estaria o teu corpo?
Lá fora,
o frio me faz promessas:
ele me sussurra em doces brisas;
tenho a impressão de estar a dois.
Agora.
Existiriam mãos tocando tua pele?
Aqui, dentro de mim,
o calor da solidão me angustia:
ele me revela cenas horripilantes;
tenho a impressão de que está a dois.
Agora...
Por que me sinto assim, sozinho?
Ao meu redor, tudo se enche de máculas.
Minhas mãos tremem, imploram a presença.
E o teu retrato, estático, a me sorrir,
revela nossa comunhão esbarrando na tela.
Iguatu-CE, 24 de janeiro de 2014.
23h18mnin
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