Ainda há tempo
Já é tarde...
Invadiste meu peito
feito o cego punhal.
Quebraste meus olhos
feito o choque no trânsito,
Dilaceraste esse órgão
feito doença terminal.
Queimaste meu cérebro
feito chama infinita,
Iluminaste meu breu
feito o sol matinal.
Já é tarde...
Habitas esse espaço
feito imigrante leal.
Tomaste minha mente
feito desejo carnal.
Desviaste meus atos
feito um golpe mortal.
Mostraste a paixão
Feito um gesto banal.
Partiste sem adeus
deixando-me nesta tristeza total.