SUPLICA A DAMA CEIFEIRA
Quebrado os grilhões da inércia
inicio solitária caminhada,
os sons dos meus passos
embalam sonhos
e afastam tristezas.
A esperança é minha trilha,
os astros iluminam e dissipam trevas
que querem ofuscar meu sorriso ebúrneo.
O instinto animal macula donzelas,
deixa rastros de ignomínia
em matrimônios por onde passo.
Opróbrio da sociedade
sigo ao encontro da Dama da Morte
sem saber a feição de seu rosto,
com que roupa virá,
se haverá tempo para me redimir
antes de sentir o gosto amargo ou doce de seus ósculos.
Sei que tenho muitos planos,
mas esse encontro é inevitável,
suplico-te, oh! “Dama Ceifeira”
quando vieres ponhas a mais pomposa de tuas vestes reais,
não retires o sopro da vida sem que antes aqueças meu corpo
e deixe sentir o furor de vossa libido arder na mortal matéria.