METAMORFOSE FUNESTA
Falo já não ouves,
Sorrindo apenas um amigo,
Chorando inconveniente
Ao teu silêncio prazeroso.
Como as rosas beijos espinhosos
Tocar-te ofensas a nós...
Perdido em tua indiferença
Busca o teu olhar o meu
Deparando com o ígneo
Brilho flamante consumindo
Esperanças sucumbentes...
Sangra inerte o coração
Em peito dilacerado
Cujo ritmo decadente
Pouco a pouco perde o compasso.
A outrora pujante lira exacerbada
Emudecida rasteja desolada
Em busca de acalanto.
A fonte hídrica transparente
Agora opaca lápide descansa
Sobre a lembrança de um amor
Que já não é o que foi,
Enquanto vive a morte
A vida de quem já não vive...