Vazios

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Incapaz plenamente de amar,

ficarás na solidão.

Querias confundir-me, mas fracassaste.

E, de tudo o que havia,

restou teu autoabraço, egoísta.

Não perderás a noção do toque.

Não precisas esbravejar que outros virão...

O que amargarás, eternamente, entretanto,

é o sabor da minha ausência;

da presença que nunca tiveste.

Poderás prostituir-se, amar aos borbotões!

Mas do meu corpo e do meu abraço,

nunca saberás nada – serei eterna indagação.

Que teus próximos amores preencham,

na medida do impossível, tua insondável solidão.

Que a posterior cama vazia, no vazio do teu corpo,

revele-se o fruto do desatino de encontros pontuais.

Reiterados preenchimentos carnais

não preencherão nada – deixarão vestígios e dor.

Não enlouqueças, pois do amor, quem foge, não vive mais.

Iguatu-CE, 17 de janeiro de 2014.

04h23min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 20/01/2014
Código do texto: T4657100
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