FINAL DE FESTA
Infinitamente ausente aquele olhar
Se curva nas ondas do pensamento
Que vagueia pelos horizontes
Ainda incapazes de ação
Salutar meio a indecisão
Incomodante como saiu
Pelas calçadas cheias
De entulhos por todos os lados!
O olhar ainda capta
Pacientemente a luz do olhar agudo
Que nada escapa
A sua observação fugaz
E fugitiva como sendo capaz
De sentir uma nova sensatez
Que ainda reina no homem,
Apesar de todas as contradições
Imanente ao viver em sociedade
Que nada tem de comum!
A contradição faz parte do jogo
Ser o contrário é fogo
Cruzando em várias direções
E você recebendo flechadas
Sozinho no meio da multidão,
Por isso você grita e ninguém te ouve
E se torna um quadrado nas ruas sinuosas
E sua passagem é indigesta
E você sempre chega ao final da festa.
Aires José Pereira é mineiro de Salinas, poeta por gosto e por pirraça que acredita nas palavras transformadoras de homens e de espaços. Possui 12 livros editados e vários artigos publicados em eventos científicos e Revistas de Geografia. É licenciado e Especializado em Geografia pela UFMT, Mestre em Planejamento Urbano pela FAU-UnB, Doutor em Geografia Urbana pela UFU. É Prof. Adjunto A do colegiado de Geografia do Campus Universitário de Araguaína - UFT; Membro efetivo da Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinense; Pesquisador do NURBA e coautor do Hino Oficial de Rondonópolis - MT.