Primeiro Amor

Primeiro amor...

Que ingênuo par de palavras!

Quase faz parecer que trata-se de algo belo

Ao invés dos desejos não atendidos,

Das despedidas, nas noites roubadas

Primeiro amor...

Duas palavras com aroma de um dia ensolarado

Quem diria que guardam em si uma tempestade

Capaz de destruir tudo

Incluindo um jovem coração?

Primeiro amor...

Casal de palavras que remete a conto de fadas

Com brilhantes felicidades eternas

Quem, porém, irá contar

Todas as histórias sobre querer o que não se pode ter?

Quem mencionará os jovens corações confiantes

Que fantasiaram tantas belezas

Apenas para vê-las quebrar como um espelho partido?

Primeiro amor...

Ah, como superestimam

A primeira das grandes decepções

Todos os sintomas paspalhos

Nada são além da tentativa desesperada

De reagir às explosões dentro do peito

Fomos feitos para amar, muito bem...

Mas por que então nos sentimos tão despedaçados

Por aquilo que deveria trazer conforto?

Feche seus olhos

E agarre firme os cobertores

Não tenho um conto de fadas a narrar

Meu primeiro amor é uma história de horror

Sobre corações partidos e sangue derramado

É uma história sobre feitiços proibidos

E vidas roubadas

É uma história sobre o fim

Pois este é o último amor

Que meu coração endurecido é capaz de suportar