LÁGRIMAS, LÁGRIMAS...
Nem me venha com essas suas frases feitas.
E com essa sua mania de perfeição tão boba.
Também não espere que eu fique às espreitas.
Pois, nada mais você vai ouvir da minha boca.
E não venha me citar as palavras: pena e dó.
Isso é o que dizes para aliviar sua consciência.
Eu já te conheço, pois te decorei num olhar só.
E para isso não foi necessária tanta paciência.
Você pensa me conhecer e de mim nada sabe.
Das minhas noites em claro e dos dias nublados.
Das orações feitas para acalmar a tempestade.
E para pedir: CHEGA! Quando o aço era forjado.
Chorei, chorei muito e disso não me envergonho.
A mentira machuca e a falsidade é devastadora.
Chorei por mim, por tudo... Desaguei um oceano.
Tomara que lave e leve essa sua imundície toda.
Desse meu livro você não sabe nem o epílogo.
Alguns dos desabafos, fui eu quem fiz em vão.
Bem melhor seria que eu nada tivesse lhe dito.
Mas sou sobrevivente, ainda tenho muito chão.
Eu não sou padronizada e escrevo como quero.
Desabafo e exponho a minha dor deste modo.
Fique você com seus “status” e infle o seu ego.
E continuarei dando de mim o melhor que posso.
Há um liquidificador misturando tudo por dentro.
Embrulhando meu estômago e causando náuseas.
Caminhando eu continuo mesmo a passos lentos.
O importante é caminhar na certeza da chegada.
Tenho fé que minhas sementes foram plantadas.
Dentro de mim, sentimentos bons ainda moram.
Ah, eu não esqueci! E o quê dizer das lágrimas?
Só digo isto: "Bem-aventurados os que choram".