Ego

Por amar demais terminei escravo de mim

Fiz promessas de venerar sem coroas

Jurei lealdade sem espadas

Amarrado hoje estou

Sem algemas, sem troncos, sem querubins

Em tempos de carnaval ficava receoso

Meu coração além-mar enjoado

Ressoava em cada esquina, cada abraço

E eu me entregava a pouco riso, pouca trama

Pouco a pouco eu estava em pedaços

Dia dos namorados tomava cuidado,

Pouco ganhei presentes, gastei o que não tinha

Fui obrigado a mendigar

Trocados de coração ninguém tinha

E as luzes de Natal piscavam

Sandálias na janela, eu bobo solitário

Esperava tamancos, e nada dela

Ganhei mesmo um grande pacote

Todo adornado vinha como remetente: “palhaço”

E a embalagem bonita me cativou

As estrelas brindavam ao meu torpor

No singelo pacote uma pequena lembrança

Era papel de pão, o cheiro não enganava

“Vamos nos casar..?” e eu aceitara

Gabriel Amorim 04/01/2013

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 04/01/2014
Código do texto: T4636775
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.