TEMPO PERDIDO
O tempo escorre feito grãos de areia...
por entre as mãos, por entre os dedos...
Perdi meu tempo, perdi meus sonhos,
Perdido fiquei sem teus beijos. Sem teu sorriso.
O chão que pisava perdi.
O amor que tinha perdi.
A vida, os planos... perdidos, escoados...
Pela sarjeta.
O verdor de meus anos, perdido sob tua sombra.
Frases perdidas na memória, ainda ecoam em meus ouvidos.
Pedaços de esperanças que se foram,
engolidas pelo furor do tempo.
Perdi o transporte, que era meu fogo, minha carruagem.
O tempo, este algoz. Que nos enruga a pele,
afina voz e enfraquece o coração.
A dádiva que é o presente passa tão rápido que, viu? Já foi.
Quantas perdas, quanto pranto derramado.
Tudo foi, tudo passou. Será que foi em vão?
Viro, porém outra página.
Quero criar novo tempo. Vou virar minh'ampulheta.