DESENCANTO
Como toda jovem menina
Sonhar, bem que podia
Um castelo em altas nuvens,
Encantado, um belo príncipe,
Um dia em seu coração,
Suavemente, bateria.
O tempo que não espera,
Não é amigo de ninguém,
Passou tão rapidamente,
E ela, sonhadora,
Enebriada procurava,
O tão esperado alguém!
Com o sonho e solitária,
Buscava em cada olhar,
Descobrir a realeza,
Que estando tão oculta,
Esperançosa, por certo,
Haveria de encontrar!
O tempo que a visão leva,
Sozinho seu coração deixara,
E por tanta ânsia na busca,
Um alguém ela encontrara,
De nobreza? Nada tinha,
Mas por ela se apaixonara!
O princípe viera em sapo?
Mas as roupas de rei, são.
E na doce ilusão do sonho,
Iniram-se felizes.
Na certeza que seus beijos,
Fariam a transfomação!
Iludida, há tanto,
Enganada, talvez pela razão.
Entre beijos e desenganos,
Reconhecia amargamente
Que todo o seu esforço,
Continuava sendo em vão!
A realidade desce soberba.
E todos os beijos cessados.
De seu disfarce de rei,
Ele agora se despia.
E tranquilamente assumia,
Sua condição de sapo!
Tão frio e indiferente.
O que fazia era coaxar.
E ela presa ao pântano,
Debatía-se inutilmente,
Na frustrante esperança,
De um dia se libertar!
Mas ao invés de libertar-se,
Desiludida por não amar,
Na solidão escura enrigecia.
E se antes, um sapo havia,
Agora, tristemente,
Haviam dois a coaxar!