DESENCANTO

Como toda jovem menina

Sonhar, bem que podia

Um castelo em altas nuvens,

Encantado, um belo príncipe,

Um dia em seu coração,

Suavemente, bateria.

O tempo que não espera,

Não é amigo de ninguém,

Passou tão rapidamente,

E ela, sonhadora,

Enebriada procurava,

O tão esperado alguém!

Com o sonho e solitária,

Buscava em cada olhar,

Descobrir a realeza,

Que estando tão oculta,

Esperançosa, por certo,

Haveria de encontrar!

O tempo que a visão leva,

Sozinho seu coração deixara,

E por tanta ânsia na busca,

Um alguém ela encontrara,

De nobreza? Nada tinha,

Mas por ela se apaixonara!

O princípe viera em sapo?

Mas as roupas de rei, são.

E na doce ilusão do sonho,

Iniram-se felizes.

Na certeza que seus beijos,

Fariam a transfomação!

Iludida, há tanto,

Enganada, talvez pela razão.

Entre beijos e desenganos,

Reconhecia amargamente

Que todo o seu esforço,

Continuava sendo em vão!

A realidade desce soberba.

E todos os beijos cessados.

De seu disfarce de rei,

Ele agora se despia.

E tranquilamente assumia,

Sua condição de sapo!

Tão frio e indiferente.

O que fazia era coaxar.

E ela presa ao pântano,

Debatía-se inutilmente,

Na frustrante esperança,

De um dia se libertar!

Mas ao invés de libertar-se,

Desiludida por não amar,

Na solidão escura enrigecia.

E se antes, um sapo havia,

Agora, tristemente,

Haviam dois a coaxar!

Refaol
Enviado por Refaol em 11/12/2013
Reeditado em 16/12/2013
Código do texto: T4608216
Classificação de conteúdo: seguro