Luas
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Sou catador de luas!
Mundo afora,
tenho caído,
mas continuo varrendo.
São muitas crateras, elevações...
Por estar desprotegido,
o frio me ressecou a pele.
Não existe Jorge algum!
Vasculhando meu alforje,
tudo que me surge é ilusão:
as flores sobrevoam a paisagem;
minhas lágrimas não caem...
Tenho apenas o coração, coitado,
pesado demais.
Daqui, posso ver a Terra e o Sol.
Esqueci-me dos arrebóis...
Distante da minha realidade,
pinto quadros de girassóis.
Calejadas mãos que garimparam luas.
Prostradas, continuam livres, nuas...
Sem nenhuma proteção.
Iguatu-CE, 10 de dezembro de 2013.
19h22min
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