VIA CRUCIS
Na expressão forte de teu rosto
Sinto o peso de tua cruz
Nos passos lentos da via tortuosa
Que a teu calvário te conduz
E como mau ladrão errante
Sigo-te, em vil caminho.
Por ti, sempre, hostilizado
Na taça amarga de seu vinho
E o cortejo segue mudo
No final de nossa agonia
Ignorado, como o Cirineu
Inda sou eu quem te alivia
Mas tua dor é grande
Como é grande tua hipocrisia
E, decerto, morreremos juntos
Pouco a pouco a cada dia
20/04/2007