A COISA!
Minha musa!
Não permita que eu beba das tuas chuvas.
Nem que eu me refaça nalguma rede em tua varanda...
Nem que eu siga experimentando ventos em busca do teu perfume.
Siga o teu caminho, Deixa-me aqui, sozinho!
Sou feito de coisas! De sombras que fogem à tua luz.
Estou fundo em mim...
Já não podes me alcançar.
Estou surdo e sego pra você...
Tuas palavras doces já não pedem ecoar nos abismos que me abrigam.
Já não sonharei barcos ou pescadores com chapéus.
Já não serei os rastros a seguir-te margeando os mesmos rios.
Já não sentirei em minhas mãos maliciosas...
Nas curvas pecaminosas do teu copo maculado.
Serei assim: a coisa que tentou viveu de ti, mas que não pode, nem mesmo sobreviver.
Serei a coisa que amou por causa de ti...
A coisa que se formou de mim, por causa de ti.
"Já não poderei acalmar minhas asas após ter sido pássaro no azul do teu céu"!. (Teodoro Poeta).