Orfeu

À memória de Eurídice

O vento mudo carrega o som da lira triste,

Tocada por um homem entregue a solidão.

Orfeu chora a morte de sua adorada Eurídice,

Arrebatada de seus braços pela mão da escuridão.

Jovem e bela, Eurídice é levada dessa vida

Enquanto fugia dos encantos de Aristeu.

Ferida por uma terrível e venenosa víbora

Deixou inconsolado o seu amado Orfeu.

Quanta dor e desgraça se veem no filho de Apolo

Consumido noite e dia pela soledade.

Orfeu com sua lira ao colo

Canta sua agonia, entoa sua saudade!

Possuído de tristeza Orfeu vai ao mundo da Morte,

Para retomar a vida de Eurídice,

Caronte concorda em leva-lo pelo rio Estige

Enquanto ele dedilha a lira e abandona a sorte.

No mundo inferior ele passa por multidões de fantasmas

E apresentando-se diante das eternidades

Canta uma canção e chora a perda da amada

Comovendo Perséfone e o deus Hades.

Os espectros derramam lágrimas ouvindo a canção de Orfeu

Sísifo deixa de rolar a pedra e senta-se no seu penhasco

O abutre para de devorar o fígado de Prometeu

E as Fúrias se emocionam com esse amor tão trágico.

Eurídice é chamada dentre os mortos e devolvida a Orfeu

Com a condição de não olha-la até que alcançassem a saída

Mas a saudade de ver o rosto da amada o venceu

E uma vez mais Eurídice foi perdida.

Pobre Orfeu! Quanto te custou toda essa dor?

Valeu apena ter descido ao reino da morte?

- Custou-me uma vida, um amor.

Valeu apena, pois o amor é maior do que a morte!

Van Luchi
Enviado por Van Luchi em 04/11/2013
Reeditado em 04/11/2013
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