Café forte, coração fraco
Acordei bem cedo nesta manhã
Fiz um café forte
Pra acordar este coração fraco...
... e me fiz poeta
Abri as janelas do apartamento
E tentei soprar as nuvens cinzas do céu
Que insistem em escurecer
O que há de luz em mim
Hoje é sábado de novo
Tenho me sentido mais velho
Que meus poucos anos de vida
E caduco com meus pensamentos
Já não sinto tanta saudade
E a solidão já se tornou uma velha amiga
Nem os amantes nas ruas me afrontam mais
Com suas risadas e murmúrios cegos
Não sei se é crueldade
Ou se pura sensatez
Mas as coisas da vida já estão ditas
Como a certeza de que amanhã é domingo
Hoje sou o poeta dos miseráveis
Dos iludidos do amor e da alegria plena
Os casais que se beija e os consumidores dos shoppings
Degustam doses passageiras de alegria
Os bêbados e fiéis depois da missa
Se sentem mais confortáveis
E eu me sinto tão alheio a tudo
Estou vago, vazio... apenas perduro no tempo