O político
O homem não é um animal
Ele pensa... ele chora... seu mundo é escrotamente total.
É um ser domado, estranho e boçal.
Anestesiado... endiabrado... mil tensões.
Inala a gana do poder
Se capitaliza e aí, morre por um tostão.
Como suplente, não se acanha
Parte para o pódio sem medo
É um debochado, corrupto nato, faz tempo.
Endeusado pela tal “imunidade”
Atropela os mandos, descarta o pudor
Roubar é arte que lhe toma todo o tempo
Nas meias, nas cuecas, são guardas estratégicas
Renuncia quando o mundo lhe cai.
Trás no peito o gosto da língua afiada
Encrencada, esfarrapada, libertina
Valia deplorável, estulta, embusteira... insossa.
Enrola no saco a viola sem corda
Canta os inocentes, tempera, seduz
Aniquila e põe o público de quatro.
Quem é esse homem, animal
Digam, afinal, não quero passar mal.