O político

O homem não é um animal

Ele pensa... ele chora... seu mundo é escrotamente total.

É um ser domado, estranho e boçal.

Anestesiado... endiabrado... mil tensões.

Inala a gana do poder

Se capitaliza e aí, morre por um tostão.

Como suplente, não se acanha

Parte para o pódio sem medo

É um debochado, corrupto nato, faz tempo.

Endeusado pela tal “imunidade”

Atropela os mandos, descarta o pudor

Roubar é arte que lhe toma todo o tempo

Nas meias, nas cuecas, são guardas estratégicas

Renuncia quando o mundo lhe cai.

Trás no peito o gosto da língua afiada

Encrencada, esfarrapada, libertina

Valia deplorável, estulta, embusteira... insossa.

Enrola no saco a viola sem corda

Canta os inocentes, tempera, seduz

Aniquila e põe o público de quatro.

Quem é esse homem, animal

Digam, afinal, não quero passar mal.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 14/10/2013
Código do texto: T4525709
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