Noite
Ouço um murmurar em meus ouvidos
Não sou capaz de distinguir o som,
Sei, ao menos, que és doce, singelo e encantador;
Talvez fostes tua voz,
Talvez fora apenas minha consciência;
Lua, amado cálice desse matrimônio,
Encantas-me com tua dor, com teu silêncio,
Melancolia;
Quem há de dizer que nunca irá amar?
Mentes, pois quem não ama, não vive,
Pois quem não vive, não nasce,
Pois quem não nasce, não habita esse mundo de tantas faces,
Uma flor é dedicada,
Há deploráveis sentimentos,
Escória, falsidade
Seria, este, o fim da humanidade?
Silêncio! Silêncio apenas...
Eternidade de dor.
Sol nasce, junto dele o sofrimento;
Lamento amor, este é o fim
Da minha eternidade de sangror.