Poemácido

Dez horas da noite

As janelas dos edifícios estão iluminadas.

Alguém está sendo traído

Alguém está sendo treinado

Alguém está desenhando,

alguém sendo desenhado

Alguém está roubando,

alguém sendo amordaçado

Alguém reza e pede por fé,

Alguém apara as unhas do pé

Alguém começa a fazer café

pra alguém que acabou de chegar

Alguém não consegue dormir

Alguém vai dormir para sempre

Alguém delira doente

Por alguém que não sabe amar

Alguém conta uma mentira

Alguém ouve impaciente

Alguém arranca um dente

Que doía sem parar

Alguém torce pro dia nascer

Alguém torce pro mundo acabar

Mas definitivamente, não há nada

Que alguém possa fazer

Além de esperar

ou morrer,

ou matar.

R A Ribeiro
Enviado por R A Ribeiro em 01/10/2013
Código do texto: T4506514
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