MERGULHO

O comprimento da minha ilusão é curto,

Não alcança o topo enevoado do mundo;

Eu sou do tamanho que posso ter

Sem rebentar como as ondas do oceano;

A paz me equilibra, então escolho viver

Nas águas tranquilas do ribeirão,

E com um assomo de recato cruzo

A charpa de bruma da mundana ilusão;

No encontro das águas do passado

Com as águas do presente, tenho visto

A vocação da vida para o inusitado,

E o seu talento para o imprevisto;

Da altura do meu próprio tamanho,

Mergulho na vida com coragem,

E não me afundo,

Porque estou no mundo de passagem,

E não me banho

Nas águas revoltas do engano!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 30/09/2013
Reeditado em 29/05/2014
Código do texto: T4504853
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