CAIS DE SOMBRA...
De repente minha alma
ficou apenas como uma sombra
de um navio solitariamente ancorado...
...agora sou um porto,
o mesmo onde ancoraste
as amarras do teu amor.
E tudo foi ficando frio,taciturno e gélido
nos movimentos das ondas em meu coração.
As pedras do cais...
já velhas e cheias de algas,
estão cheirando a saudade
da tua presença.
Não há mais bonança ao meu redor,
fica apenas o sereno olhar,
na serena vela a trepidar além tombadilho
e o grito do adeus marcou a hora
em que retiraste as amarras
para então singrar pelos mares afora,
deixando este marinheiro olhando
você fechar os porões e içar as velas ...
sumindo no horizonte azul...
contudo...no porto,fez-se sombra...
armou-se uma tempestade...
prenunciou-se um furacão...
com que avisando a outros marinheiros
para fugirem do teu navio !
Mesmo assim,depois que deixaste o porto,
um maremoto destruiu minha paz,...
naufraguei no meu próprio céu
e minha alma transformou-se num cais de sombra...
para,quem sabe,ver a luz do teu navio,
outra vez aqui mesmo aportar...!