Confessionário.
Confesso eu, que não quero sempre
o que os outros querem.
Confesso eu, que nem sempre quero
o que devo querer.
Mas como posso querer o que nem mesmo quero?
Só para parecer certo o meu querer?
O dever ser, nem sempre é.
Certo não é, o que devo ser.
Nem sempre dá para fazer
as coisas sem querer.
Quero mesmo é colecionar oitavas
Colecionar xícaras desenhadas
Colecionar papéis amassados de rabiscos
meus, rabiscados.
O que quero mesmo é colecionar
algo que pulse e viva e não só que
pulse sem viver. Nem sempre dá
para fazer as coisas sem querer.