Madrugada fria
No balanço suave da rede penso no quanto
suspiro a cada minuto.
Meu corpo frio pelo tempo, esfria
a minha alma.
Se existe alma, a minha petrificou !
Procuro a lógica, a coerência, a sensatez e
já não encontro.
Existe um "medo" pairando no ar, e isso é o que mais
me atormenta.
A rede me tira do chão, o do alto vejo o cristal
quebrado por um vulcão.
Mas a rede é minha amiga e única companheira
desta noite. É nela que devo me apegar, é o
acalanto que tenho no momento...
E é nela que devo continuar sem colocar os pés no chão.
Pois se eu colocar os pés no chão, não sei qual a direção
seguir, nem mais o que pensar.
Lucinda Frota Alves