ABANDONO
Sinto que falta algo em mim,
Uma estranha e oca sensação invadiu meu íntimo.
É um vazio imenso que parece não ter fim.
Como um corpo sem alma, sem vida, flutuando no espaço.
Vagando por entre seres desconhecidos
Visivelmente parecidos comigo.
Procuro-te desesperadamente!
Por entre cidades, florestas e cavernas.
Nas flores mortas dos jazigos solitários,
Imagino e inspiro teu perfume.
E não te encontrando, pressinto que me perdi novamente.
Eu, que já estava perdido sem você!
Só você me completa, só você me basta.
Com você tudo era festa,
Sem você nada mais me resta.
Ouço passos lá fora, olho pela fresta.
Batidas na porta, ela chegou.
A bem-vinda Morte veio me buscar.
Leva-me, fria e irônica amiga Morte!
Sem sinfonias, nem cânticos gregorianos.
Leva-me! Pois, fui abandonado à própria sorte.
Nada mais sou do que já fui:
Apenas um rio seco;
Um mar morto;
Um Vale sem eco;
Um ser absorto.
Um Zé Ninguém indigesto.
Com ar de sinistro, funesto.
Pra nada sirvo.
Pra nada presto.
Um vivo-não-vivo.
O resto do resto.
Sinto que falta algo em mim,
Uma estranha e oca sensação invadiu meu íntimo.
É um vazio imenso que parece não ter fim.
Como um corpo sem alma, sem vida, flutuando no espaço.
Vagando por entre seres desconhecidos
Visivelmente parecidos comigo.
Procuro-te desesperadamente!
Por entre cidades, florestas e cavernas.
Nas flores mortas dos jazigos solitários,
Imagino e inspiro teu perfume.
E não te encontrando, pressinto que me perdi novamente.
Eu, que já estava perdido sem você!
Só você me completa, só você me basta.
Com você tudo era festa,
Sem você nada mais me resta.
Ouço passos lá fora, olho pela fresta.
Batidas na porta, ela chegou.
A bem-vinda Morte veio me buscar.
Leva-me, fria e irônica amiga Morte!
Sem sinfonias, nem cânticos gregorianos.
Leva-me! Pois, fui abandonado à própria sorte.
Nada mais sou do que já fui:
Apenas um rio seco;
Um mar morto;
Um Vale sem eco;
Um ser absorto.
Um Zé Ninguém indigesto.
Com ar de sinistro, funesto.
Pra nada sirvo.
Pra nada presto.
Um vivo-não-vivo.
O resto do resto.