O BAR, MEU LAR
A lua brincava
de esconde-esconde
com as nuvens lá no céu.
Eu, pela rua passeava,
num velho bonde,
procurando a lua lá no céu.
Maltrapilho filho
de um estivador,
sou boêmio e cantor,
conhecido e querido,
da madrugada paulista.
Sou um pobre artista!
Meus lugares os bares,
onde fico a cantar.
Cantar pra esquecer!
Hei, Juliana!
Morro toda semana!
Amor morte lenta,
a saudade aumenta!
Hei, Juliana!
Meu itinerário, meu horário,
o bar, meu único lar!
Noite, vento e orvalho,
violão, bebida e o bar!
Botucatu, 19/09/1991
Publicado no Recanto das Letras em 01/09/2013