Inverno
O trem passou e fiquei na estação
Confuso entre meus velhos empecilhos
O silêncio absurdo no coração
É o fruto das distâncias entre trilhos
O tempo passou e fiquei na lentidão
De um rosto assustado e sem brilho
Levado por uma solida tradição
De gravidez que não produz filho
O vento passou e fiquei ferido
Por minhas próprias mãos
Com marcas tão profundas
Este inverno tão temido
Com tardes sem previsões
A noite comovente e absurda.
Henrique Rodrigues Soares
27/07/2011.