Morte Parnasiana

De tempos em tempos

Parava para refletir

Perguntando-se e ao vento

Que caminho seguir.

Um dia querendo seguir

Seguiu e se esqueceu de sonhar,

Sonhou o sonho que não quis buscar;

Viveu sem saber ser feliz.

Parou e retomou

O passado inesquecível

Viu nada que a justificasse,

E se perguntou onde errou

Sem resposta divina tampouco

Mentiras, viu que não havia

Glória recíproca ou motivo

De vida; Se voltou.

Ao litoral chegou e ao mar olhou

De tanto olhar o mar viu nele o céu

E se céu era mar ao mar queria chegar;

Azul o paraíso charlatão.

Se afundou em mar, mar de solidão

Aquilo antes era inferno que canção

Sob terreno céu, dos deuses dependeu

Casada sem véu simplesmente morreu.

Memória que a ninguém é canção

Sem lembrança sem pecados sem mentira,

Não encontrou alegria ou recepção

Apenas lhe veio fim da vida.

Sequer houve mera menção

Daquela fêmea escória,

Não haverá lembrança nem memória

Daquela que morreu em vão.

Sol esquenta e lua brilha

Nada muda com a morte desta

Inclusive essa manhã nasceu em festa

Indiferente para com a morte a vida

Da morte irrelevante a dor Indiferente.

Sem deus nem diabo para bater de frente.

Morte moribunda de coisa sem cultura;

Trágico fim, não a mim, enfim, é fim.

Daniel Reis
Enviado por Daniel Reis em 22/08/2013
Reeditado em 23/03/2015
Código do texto: T4446982
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