Morte Parnasiana
De tempos em tempos
Parava para refletir
Perguntando-se e ao vento
Que caminho seguir.
Um dia querendo seguir
Seguiu e se esqueceu de sonhar,
Sonhou o sonho que não quis buscar;
Viveu sem saber ser feliz.
Parou e retomou
O passado inesquecível
Viu nada que a justificasse,
E se perguntou onde errou
Sem resposta divina tampouco
Mentiras, viu que não havia
Glória recíproca ou motivo
De vida; Se voltou.
Ao litoral chegou e ao mar olhou
De tanto olhar o mar viu nele o céu
E se céu era mar ao mar queria chegar;
Azul o paraíso charlatão.
Se afundou em mar, mar de solidão
Aquilo antes era inferno que canção
Sob terreno céu, dos deuses dependeu
Casada sem véu simplesmente morreu.
Memória que a ninguém é canção
Sem lembrança sem pecados sem mentira,
Não encontrou alegria ou recepção
Apenas lhe veio fim da vida.
Sequer houve mera menção
Daquela fêmea escória,
Não haverá lembrança nem memória
Daquela que morreu em vão.
Sol esquenta e lua brilha
Nada muda com a morte desta
Inclusive essa manhã nasceu em festa
Indiferente para com a morte a vida
Da morte irrelevante a dor Indiferente.
Sem deus nem diabo para bater de frente.
Morte moribunda de coisa sem cultura;
Trágico fim, não a mim, enfim, é fim.