LABIRINTOS D'ALMA
E, no torpor de meus sentidos, tão doídos,
As velas de minha nau não mais navegam
Em mar de ares a sangrar os meus ouvidos,
Lágrimas em minha face já se escorregam
Labirintos desolados a me enclausurar
Entre lápides destes olhos a me fitar em dor,
Findando o dia pelo negror do teu olhar
E pisando o jardim, a mais perfumada flor.
Solos tristes, cânticos a entoarem sem dó
No ébano dos sentidos em vã convulsão
Como a uma melodia que se canta tão só
E desfalece no peito, o pobre coração
Que clama a vida por teu beijo e afago
Nos sonhos perdidos em noites de ilusão.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 17 de agosto de 2013.